terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cheiro e gosto de família...

Domingo era dia de almoço na casa da D. Sílvia.
Fato comum numa época em que a família vinha em primeiro lugar. Lembro que a casa da minha avó ficava lotada de parentes: pais, tios, primos e amigos da família.
Desta época, trago comigo lembranças inesquecíveis. O cheiro da cozinha, o papo em voz alta, meu pai dormindo no sofá e as crianças no tapete, brincando ou brigando sem parar.
Na casa de D. Sílvia aprendi algumas receitas saborosas que tento repetir, não sei se com sucesso...
A pizza no tabualeiro, com a massa feita na hora, desenrolada com uma garrafa vazia de cerveja e um pouco de farinha de trigo, o pastel de carne ou queijo, saboroso e que aprendi com meu avô o seu tempo de fritura, algo que na época achei fabuloso: o acender de um fósforo no óleo quente!
A gelatina rosa, feita com leite de coco, o sorvete de Chicabom, receita só agora divulgada pela família e que fez a alegria de várias pessoas, essas que queriam saber, a qualquer custo, como se fazia algo tão espetacular...
Brigadeiro que aprendi a enrolar com um pouco de manteiga...
Panquecas de carne maravilhosas, Língua de boi, iguaria que nem todos gostam, mas aprendi com Seu Dagô a degustar como se fosse o último prato da minha vida, Pavê de chocolate que faria um homem matar alguém para comê-lo, Palha Italiana com biscoito maizena, que aprendi a fazer com perfeição e que de tão simples, se torna complexo.
No Natal, as receitas se tornavam mais sofisticadas. O dia começava com a cozinha movimentada devido à confecção dos quitutes. A casa trazia uma mistura de aromas e sabores. A alegria era contagiante!
Alguns parentes irão me xingar por não me lembrar, de imediato, de vários outros pratos. Peço perdão!
Hoje percebo que não eram só os pratos eram deliciosos. Era a convivência em família que fazia com que tudo tivesse um gosto especial.
E o ingrediente secreto usado pela minha avó e depois repetido pela minha mãe, aquele que fazia tudo ser maravilhoso, é o mais simples, mas nem sempre o mais comum às famílias: era o AMOR!

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