segunda-feira, 30 de agosto de 2010

House 4 Ever...


Ao nascer, fui vacinado com agulha de pick-up...
São muitas as lembranças das festas, em que passava a tarde editando vídeos para apresentar à noite, na casa dos amigos.
Providenciava máquina de fumaça, jogo de luz, discos mil...
Isso mesmo! Sou da época do famoso e saudoso vinil, tempo em que gastava-se horas "folheando" as capas dos bolachões nas diversas lojas de discos e cassetes que, acreditem, já fizeram muito sucesso.
Hoje, com alguns cliques, conseguimos álbuns completos. Mas nada se compara ao prazer de garimpar discos raros e importados, sem falar na arte das capas dos mesmos, onde contava também com a criatividade do artista e sua gravadora, além da qualidade da música.
Lembro do disco do Balão Mágico em que acompanhava um carrossel, para ser colocado em colocado em cima do vinil enquanto tocava na pick-up.
Meu primeiro disco de house foi um chamado "Acid House", onde a capa trazia uma moça em uma pose bem sexy, vestindo somente uma t-shirt com o símbolo da house music. Era o Smiley! Foi presente da minha mãe, que sempre disse que era um bate-estaca de dar dor de cabeça...
O que ela nunca soube, e espero que saiba através desse blog, é que a house music é descendente direta do estilo musical que agitou os Anos 70 e a fez dançar muito: a Disco Music!
Surgido nos clubes underground de Chicago, a house music se tornou o maior fenômeno musical desde o Rock n' Roll.
Para calar os preconceituosos. a house music se tornou o que é hoje, graças aos negros e homossexuais que mantiveram o espírito da antiga dance music, que era severamente atacada nos Estados Unidos no fim dos Anos 70. A idéia era um ritmo que unisse todos, não importando quem fosse. A pioneira foi a Warehouse de Chicago.
Todos ficavam fascinados com o ambiente e as músicas tocadas naquele lugar.
Os frequentadores começaram a procurar nas lojas as músicas tocadas na tal WareHouse. E até quem não frequentava, ouvia dizer sobre o ritmo, mas não sabia o nome da boate.
E foi assim até se abreviar o termo para "The House Music".
Da América. o house encontrou uma multidão de fãs em Londres, onde um tour dos Dj's pioneiros fez explodir a febre da house music, lotando clubes também em Manchester e adjacências.
Logo após os sinistros clubes londrinos, a house music conheceu sua porção verão em Ibiza, onde os Dj's espanhóis misturaram pop com dance music. Nascia um estilo de vida e um jeito novo de fazer festa. Assim como todo muçulmano deve ir à Meca, o amante de House deve passar uns dias na paradisíaca ilha na Espanha.
No início, vários artistas reclamaram que tiveram suas músicas "roubadas", devido às alterações no batido das canções.
Todas as festas eram regadas à muita bebida, drogas e sexo. Hoje ainda se tem um pouco desse cenário, mas as festas conquistaram um glamour nunca antes visto.
Hoje ninguém escapa da house music. Todos fazem uma versão remix de um hit para atingir um público globalizado.
Ao entrar em qualquer estabelecimento sofisticado, seja um restaurante ou uma loja de grife, você escutará uma house music de qualidade.
De U2 a Madonna, até o presidente dos Estados Unidos teve seu discurso de posse transformado num hit: a deliciosa "Yes, We Can!"
A house music teve diversas ramificações: acid house, electro, deep house, tribal house, hardcore, jungle, french filter house, rave, garage, speed garage, drum' n' bass, minimal, lounge, chillout, techno, soulfunk e por aí vai...
Mas só existe uma definição para house music.
Ela é estado de espírito. Traduz emoção do que se está sentindo.
E aí mãe? É só um bate estaca?

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