domingo, 23 de maio de 2010

O preço das coisas

Fim de uma movimenta noite de sábado, amigos estacionam no melhor sanduíche de picanha em Belo Horizonte. Conversam sobre tudo: carros, amizade, dinheiro, namoro, etc...
Um deles, piloto, fala sobre os custos astronômicos da manutenção dessas belas máquinas. Fala sobre os celulares de satélite e uma vida inimaginável a nós, pobres mortais que ganham menos de 1 milhão por mês.
Em contrapartida, outro fala sobre os índices de crescimento da indústria nacional e o escalonamento das classes sociais, assunto encontrado em qualquer mesa de boteco.
A conversa flui sobre todos assuntos, até o tema já esgotado da dificuldade de achar pessoas interessantes e com comprometimento na noite.
Chegam os enormes sanduíches, acompanhados de batatas fritas e refrigerante à vontade.
Danilo, devorando seu sanduíche, pára por um segundo e começa a fitar nosso amigo piloto e, com um ar de curiosidade, pergunta a ele:
-Será que é muito caro uma tv a cabo nesses jatinhos? - para incredulidade geral da mesa.
O piloto pára de comer, faz uma expressão muito séria e responde:
-Depende de quantos mil quilômetros de cabo você contratar...
Silêncio geral na mesa.
Segundos depois, uma explosão de gargalhadas toma conta do lugar.
Quase deixei meu sanduíche pela metade, só porque pensei na cena: um cara da Net pendurado na asa do avião perguntando ao piloto se o sinal estava bom...
Chego a conclusão que mesmo nos assuntos mais sérios, devemos deixar a alegria de estar com amigos e pessoas queridas em primeiro lugar.
Isso não tem preço.

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