Ao ver minhas fotos dos últimos 15 anos, ele estava lá.
Sempre ao meu lado.
Passaram-se namoradas, alguns amigos se foram, outros se afastaram, me afastei de alguns poucos, troquei de carro, de cidade, voltei para a mesma cidade.
E ele estava lá...
Firme, me fazendo companhia nas noites solitárias e, nas baladas, me acompanhava num bom destilado. Minha mãe nunca gostou dele. Alguns amigos são fãs e algumas namoradas gostavam, as outras detestavam. Mas sempre me entenderam. Souberam que fazia parte da minha personalidade aquela amizade.
Quando resolvi escrever, anos-luz antes deste humilde blog, ele passou a ser minha companhia mais frequente.
Era a válvula de escape para uma pessoa irrequieta, ansiosa e até prepotente...
Para quem ainda está em dúvida, essa minha amizade turbulenta era com o cigarro.
Acordei no domingo e me peguei pensando o porquê de fumar. Não havia resposta. E sim muitas perguntas.
Como um pequeno bastonete poderia ser maior que minha vontade?
Porque comecei?
Porque ainda não parei?
Acho que enquanto um mundo de gente me pedia para parar, eu não dava ouvidos.
Para algumas dessas perguntas, o texto acima tem várias respostas: achava o "máximo" fumar com 15 anos. Era símbolo de rebeldia, de amadurecimento. Quem me conhece, sabe bem o tamanho da minha rebeldia.
Sou avesso à protocolos sociais, não adianta tentar entender...
E como sempre fui do contra, quando ninguém mais esperava que eu parasse com esse vício, resolvi parar...
Isso mesmo, prefiro pensar que paro de fumar para encher o saco de muita gente.
Para falar a verdade, não há nada mais chato no mundo que um ex-fumante...
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